Resenha: Onde estão as flores? - Ilko Minev


Sinopse:
Licco Hazan, o narrador deste romance, enquanto prisioneiro num campo de trabalhos forçados na Bulgária durante a Segunda Guerra Mundial, não poderia nem imaginar que um dia teria um futuro muito melhor na distante e assustadora Amazônia.

É com a trajetória deste personagem, de seus familiares e seu povo que Ilko Minev reconstrói a fascinante e pouco conhecida história do salvamento dos 50 mil judeus búlgaros das câmaras de gás durante o fatídico domínio nazista na Europa. Separado do irmão, o jovem prisioneiro tem a sorte de se aproximar de pessoas que o ajudam a fugir para a Turquia, país neutro, onde ele encontra outra fugitiva: Berta, que se torna o amor da sua vida. Por força do destino e por puro acaso o jovem casal inicia sua nova vida numa terra desconhecida, úmida e quente, a Amazônia. Enquanto isto, o irmão de Licco continua na Bulgária, que então se torna país satélite da União Soviética – uma ditadura stalinista.

Licco narra suas memórias com a naturalidade de um homem que lutou, sofreu, ganhou e perdeu inúmeras batalhas na árdua tarefa de sobreviver e, por isso, tem plena consciência da importância do seu relato para as futuras gerações.

Título: Onde estão as flores?
Autor: Ilko Minev
Editora: Livros de Safra
Ano de Lançamento: 2014
Páginas: 248 


Já vou logo dizendo que essa leitura não me agradou tanto, isso não quer dizer que o livro é ruim, não mesmo! Acredito que o romance histórico é um gênero que não combina comigo. Uma coisa que não gostei foram os longos capítulos (em torno de 10 páginas cada), ficava cansativo, em poucos momentos a história me cativava. Não me arrependo de ter lido, até porque, temos fatos históricos na visão de uma pessoa que viveu tudo aquilo e foi isso que me levou a escolhe-lo para resenhar. Vamos ao que interessa?

Onde estão as flores? é narrado pelo personagem Licco Hazan que nasceu em Sofia, capital da Bulgária e viveu sua adolescência no período marcado por assassinatos em massa pelos regimes nazista e soviético. Órfão de mãe aos dois anos e de pai aos nove anos de idade, é conduzido, ainda jovem, aos campos de trabalhos forçados, mas consegue fugir com a ajuda de Albert Göring. 

De Sofia a Istambul, obtém um visto de entrada para o Brasil e segue pelo estreito de Gibraltar para o Porto de Santos. Ali não chegam, nem ele, nem sua amada Berta. Transportados por um navio à deriva, são forçados a desembarcar em Belém. Mas acabam viajando e se instalando em Manaus, onde vivenciam com intensidade todos os acontecimentos da época: o início da forte miscigenação do povo amazonense, a borracha, os altos e baixos da economia. 

Esperançosos, tornaram-se perseverantes e realizaram seus sonhos. Em poucos anos, estudaram e conheceram as possibilidades do novo mundo que passaram a habitar. Fizeram-se importantes exportadores do óleo de pau-rosa, do bálsamo de copaíba e das sementes de cumaru. Confirmaram, com seus movimentos, que apesar de todos os infortúnios é possível construir uma vida significativa e contribuir para um mundo melhor.

Ilko Minev nos traz uma obra que aborda, com profundidade, diversos contextos históricos, sociais, étnicos, religiosos e geográficos. É uma consulta indispensável para estudiosos dos fluxos migratórios que chegaram ao Brasil e contribuíram para o desenvolvimento de uma nova pátria. 

“Demorei meio ano para escrever este meu relato. Recordei-me e emocionei-me com muitas coisas, que pareciam esquecidas para sempre. Tentei contar a minha história de forma simples e despretensiosa, na qualidade de homem comum que tomou parte ativa dos acontecimentos. Por isso, o ato de escrever foi tão prazeroso… Os tempos mudam, e nós mudamos com eles.” - Licco Hazan



Ilko Minev nasceu em Sofia, na Bulgária, em 3 de maio de 1946, um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial. Na faculdade, participou de movimentos e protestos de estudantes, que, inconformados com a falta de liberdade de expressão, exigiam mudanças. Na época, foi condenado a sete anos de prisão por dissidência política. Para não ser preso, refugiou-se na Bélgica, em 1970, onde recebeu asilo e foi reconhecido como refugiado político pela ONU. Em 1972, desembarcou no Brasil a convite e com contrato assinado com a empresa Drastosa S.A., de São Paulo. Em dezembro daquele ano foi contratado pela CCE da Amazônia, que estava iniciando suas operações em Manaus.

Onde comprar?

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xo

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